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Faleceu ontem, às 7h10, aos 87 anos, o ex-prefeito de Americana, Waldemar Tebaldi (PDT). O corpo está sendo velado no Ginásio de Esportes do Centro Cívico e a visitação pública vai até às 16h30. O sepultamento acontece às 17 horas no Cemitério da Saudade. O cortejo será feito em carro do Corpo de Bombeiros saindo do Centro Cívico, passando pelas Avenidas Paulista e Nossa Senhora de Fátima.

Tebaldi era viúvo de Luiza Tebaldi e deixa dois filhos Wlademar Tebaldi Filho e Heloísa Tebaldi de Souza. O ex-prefeito sofria do mal de Alzheimer e se afastou do cargo no meio do seu último mandato, em 2003, para tratamento de Saúde. Foi substituído pelo vice-prefeito Erich Hetzl Júnior, eleito em 2004, com apoio de Tebaldi. No dia 14 de dezembro foi internado no hospital que leva seu nome, vítima de derrame cerebral onde ficou por 10 dias na UTI. Com a melhora do quadro clínico, pôde passar o Natal com a família em sua residência no condomínio Portal do Nobres. Com problemas estomacais, voltou a ser internado, seis dias depois de receber alta (29/12). Foi mantido em coma induzido por alguns dias e veio a falecer.

Nascido no dia 7 de agosto de 1918, na cidade de Araras (SP), Dr. Waldemar Tebaldi foi criado em Mogi Mirim. Para proporcionar auxílio de sustento à sua família, começou trabalhar ainda criança. Ajudava o pai, Senhor Ângelo Tebaldi, no serviço de colocação de "jacazinhos" para o plantio de café. Aos treze anos de idade, decidiu seguir rumo à cidade grande, na tentativa de uma vida melhor na capital, quando chegou a São Paulo. Trabalhou em diversas atividades, dentre as quais no emprego de quebrador de pedras de granito, no Brás, e no ofício de auxiliar de torneiro mecânico, na Moóca.

Foi nessa mesma época, que seu pai adoeceu e Tebaldi voltou para Mogi Mirim. Depois de muita insistência, conseguiu a concessão do chefe da estação para a prática no aprendizado de operação do telégrafo, no período noturno, técnicas que rapidamente dominou. À primeira oportunidade, prestou exame para admissão no cargo, conseguindo o emprego. Assim, foi progredindo, prestando concursos públicos de provas, passando a trabalhar, primeiramente, na Cia. Mogiana, depois na Araraquarense, em seguida na Sorocabana e dali para a Central do Brasil, no Rio de Janeiro.

Com incentivo e apoio constantes de sua mulher, D. Luíza da Motta Tebaldi, que conheceu e com quem se casou no Rio de Janeiro, prestou os exames vestibulares e ingressou para o curso de Medicina, formando-se cirurgião e especializando-se em oncologia. No período em que esteve cursando a faculdade, ocupava a função de radiotelegrafista no Departamento de Correios e Telégrafos do Rio de Janeiro, desempenhando suas atividades à noite para completar sua formação profissional médica. Em 1960, trabalhava pela manhã no Posto de Saúde de Arthur Nogueira e, à tarde, em seu consultório, no Edifício Abdo Najar em Americana. Médico do quadro funcional do Governo do Estado de São Paulo, conseguiu sua transferência para Americana, iniciando seu atendimento a clientes pelo Centro de Saúde, oportunidade em que galgou à chefia, permanecendo por doze anos no cargo. Conseguiu fazer parte do corpo clínico do Hospital São Francisco, onde foi nomeado para ocupar posição de comando, como diretor clínico. Foi também assistente de gabinete da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo.

Depois de iniciar contatos políticos, Dr. Tebaldi passou por várias agremiações partidárias de diferentes origens ideológicas, até fundar o Partido Democrata Trabalhista (PDT) de Americana. Foi alvo de perseguição política, no período tenebroso da ditadura militar, sendo detido em cárcere privado na cidade de São Paulo durante nove meses, aproximadamente, sob a acusação de que estaria oferecendo treinamento para guerrilheiros em Americana, época em que sofreu bárbaras torturas.

Eleito Vereador da Câmara Municipal de Americana, em duas ocasiões, trabalhando nas legislaturas de 1962 a 1970. Após o pleito correspondente, foi eleito e empossado Presidente da Câmara Municipal, para cumprir o mandato de 1967 a 1968. Escolhido pela população americanense por quatro vezes, assumiu a Prefeitura Municipal nas gestões administrativas de 1977 a 1982, de 1989 a 1992, de 1997 a 2000 e de 2001 a 2004. Durante sua primeira administração construiu o Hospital Municipal, o qual foi inaugurado em 1º de maio de 1982 e hoje leva o seu nome: Hospital Municipal "Dr. Waldemar Tebaldi". Dr. Tebaldi possui três livros publicados: "Meus Sonhos em Prosa e Verso" (1980); "Entre a Cela e o Céu" (1ª edição 1984 - 2ª edição 1989) e "Uma Outra História" (1992).

Nota de Pesar

Nesse momento de profundo pesar pelo passamento do Dr. Waldemar Tebaldi, manifestamos, em nome do povo de Santa Bárbara d´Oeste, nossas mais sinceras condolências aos familiares, amigos e toda a população americanense.

Ao longo de toda a sua vida pessoal, profissional e política, o Dr. Tebaldi foi um defensor intransigente dos menos favorecidos, lutando incansavelmente contra todas as formas de injustiça social. Exemplo marcante de determinação e coragem, não só para aqueles que tiveram o privilégio de conhecê-lo, como também para toda a população de Americana, cidade que ele tão bem governou em quatro ocasiões distintas e amou sempre.

Rogamos a Deus para que conceda a todos o conforto de que necessitam.

José Maria de Araújo Júnior Prefeito do Município de Santa Bárbara d´Oeste