As gestantes de Santa Bárbara d'Oeste têm à sua disposição orientações e informações que as auxiliam a ter uma gravidez mais tranqüila. A Secretaria de Saúde oferece o apoio por meio do programa Parto Humanizado, que visa preparar a mulher para a gestação. O programa é desenvolvido por uma equipe multidisciplinar, formada por ginecologista e obstetra, psicóloga, técnico em enfermagem, nutricionista, assistente social, dentista e fisioterapêuta. A cada trimestre da gestação ocorrem várias palestras com os profissionais da equipe, que expõem assuntos específicos relacionados à gravidez.
"O nosso objetivo é esclarecer dúvidas freqüentes e informar como ter uma gestação mais sadia", afirmou a psicóloga Sandra Regina Furlan, integrante da equipe. Ela explicou que os encontros são interativos, proporcionado a troca de experiências entre as mulheres. "A experiência de uma, pode ajudar a outra a entender melhor o que se passa consigo", explicou. A psicóloga contou que ainda persistem muitos mitos, injustificáveis, passados de geração à geração e que são elucidados.
As palestras são realizadas sempre no dia da consulta pré-natal, para incentivar e facilitar a participação da gestante. "Além disso também oferecemos atestado do período para as futuras mães que trabalham, já que a participação é um direito delas", afirmou Sandra. A profissional ainda disse que o teor das reuniões sofre mudanças sempre que é identificado um novo interesse, pois a proposta é de suprir as necessidades e expectativas das gestantes.
O programa "Parto Humanizando" é realizado em três módulos, às terças, quartas e quintas-feiras , sendo em cada semana do mês em um local diferente: UBS Jardim Europa, Centro Comunitário Mollon, Centro Cultural Léo Sallum e na sede da Guarda Mirim. A participação é aberta aos maridos, companheiros e acompanhantes. "É muito importante que o marido, companheiro ou até mesmo uma pessoa amiga, acompanhe a mulher grávida", ressaltou a psicóloga. As pacientes das outras unidades de saúde, e mesmo as que tenham convênio médico e não façam o pré-natal na rede pública, também podem assistir às palestras.
Temas dos três módulos:
I) Ginecologia - O corpo da mulher, Sintomas da gravidez, Menstruação;
Nutrição - Alimentação da gestante e da lactente, Amamentação;
Fisioterapia - Mudanças no corpo na gravidez, exercícios e relaxamento;
II) Odontologia - "O melhor aparelho ortodôntico é o peito da mãe";
Psicologia - Mudanças emocionais, Depressão pós-parto, Aspectos afetivo-emocionais no aleitamento;
III) Obstetrícia - Modificações maternas e fetais, Assistência no parto e puerpério;
Serviço Social - Diretrizes do Programa Parto Humanizado, Direitos trabalhistas das gestantes e segundo o Estatuto da Criança e do Adolescente;
Enfermagem - Métodos de contracepção e Orientações para o dia do parto.
"Saúde começa pela orientação"
O médico e coordenador do programa, Carlos Eduardo Gonzalez, disse que o programa está inserido na filosofia de humanização na saúde e faz parte do programa do governo federal, Pré-natal humanizado. "Este programa também visa garantir que toda gestante tenha um mínimo de seis consultas e todos os exames de rotina necessários, além de local (hospital) para o parto", afirmou. Ele admitiu que o número de mulheres grávidas que participam das palestras, estimado por ele em pouco mais de 40%, ainda está aquém do esperado e ampliar este número, é o grande desafio.
"Diante de suas diversas tarefas (cuidar dos outros filhos, da casa etc) a mulher ainda não consegue ver a importância do programa", explicou Gonzalez. O coordenador disse, no entanto, que quem participa sempre elogia o programa e a equipe. Para ele, mais conscientizada, a gestante tem menos medo do parto, o que reverte os índices de cesáreas, tão elevado no país. "A saúde começa pela orientação", destacou Gonzalez.
Ciclo de Palestras
Em uma das palestras, realizada no Centro Cultural e Biblioteca Léo Sallum, no bairro Cidade Nova, houve a participação de dez gestantes. A psicóloga Sandra Regina Furlan, foi a profissional responsável pelo tema "Aleitamento Materno". Ao longo de quase duas horas, as gestantes puderam interagir fazendo perguntas e trocando experiências. A psicóloga disse que o objetivo no caso de sua palestra, é orientar a futura mãe, dando condições de se preparar para a amamentação. "Existe muita informação a ser dada, que irá garantir uma gestação mais tranqüila", afirmou.
As gestantes presentes, na maioria grávida pela primeira vez, aprovou a ação da Prefeitura, classificando-a de excelente, muito boa e esclarecedora. "Na minha gravidez, há alguns anos atrás, não tive acesso a muitas informações e estou aprendendo muita coisa agora, acompanhando minha irmã", afirmou Vanessa, irmã de Viviane, grávida há quatro meses. Questionadas se a gravidez havia sido planejada ou desejada, todas as gestantes presentes responderam com negativas.
Uma delas, de 31 anos de idade e que preferiu preservar a identidade, revelou estar na quarta gestação indesejada, mesmo tendo feito uso de pílula contraceptiva. Mas à pergunta "Você usava o método da forma indicada pelo médico, ou seja, respeitando os horários e tomando diariamente?", ela admitiu não ter usado regradamente o medicamento. Segundo a psicóloga, há uma palestra na qual a gestante recebe todas as informações sobre métodos anticoncepcionais, podendo optar pelo que se adaptar melhor.