Santa Bárbara d'Oeste foi fundada por Margarida da Graça Martins que adquiriu uma sesmaria e por volta de 1817 para cá se dirigiu com seus filhos, parentes e escravos, a fim de estabelecer uma fazenda e montar um engenho de açúcar, o qual daria início à povoação. Dona Margarida doou à Cúria Paulistana, terras para que fosse construída uma capela em louvor à Santa Bárbara, que foi erguida em 1818, ano que marcou a fundação da cidade. Sendo a capela dedicada a Santa Bárbara, santa de devoção de Dona Margarida cuja comemoração litúrgica ocorre em 4 de dezembro, regulamentou-se que seria comemorada nesta data a fundação da cidade do ano em que foi erguida a capela, portanto, 4 de dezembro de 1818.
Com o passar do tempo, nos arredores da capela, foi se constituindo o núcleo urbano, surgindo uma povoação de lavradores dedicados à indústria do açúcar e a produção de cereais. A vinda de imigrantes americanos a partir de 1866 aumentou consideravelmente o número de habitantes, dando grande impulso ao desenvolvimento econômico e social da região já que introduziram o uso de implementos agrícolas como arados, semeadeiras além do trole.
Em 1883, João Frederico Redher montou o primeiro grande engenho do Município, inaugurando em 1889 a destilaria de álcool, culminando esse processo de desenvolvimento em 1902, com a escolha da Fazenda São Pedro para a instalação da Usina açucareira que viria a ser inaugurada em 25 de julho de 1914, após a constituição da Companhia de Estrada de Ferro e Agrícola de Santa Bárbara. Outros engenhos de menor porte transformaram-se também em usinas de açúcar e álcool, como a Furlan, Cillos e Galvão, restando hoje em atividade, apenas a Usina Furlan.
Outro grande impulso às atividades econômicas foi proporcionado pela vinda de imigrantes europeus, italianos em maior número, que aqui chegaram no final do século XIX e início do século XX. Com o passar dos anos, surgiram oficinas mecânicas que se ocupavam da fabricação e conserto de arados, troles e instrumentos agrícolas, surgindo as fábricas de arados e maquinários como a de Fortunato Lyra, Francisco Mattedi, José João Sans, Humberto Materazo e Américo Emílio Romi.
O parque industrial em Santa Bárbara aumentou, principalmente com a instalação de indústrias têxteis e o desenvolvimento das metalúrgicas para a fabricação de máquinas agrícolas e tornos. Nos anos de 1950 foi montado na cidade o primeiro automóvel de fabricação nacional: o Romi-Isetta.
Nos anos 1970, Santa Bárbara d´Oeste recebeu muitos migrantes que se estabeleceram na Zona Leste e que, juntamente com o desenvolvimento industrial, acelerou o crescimento urbano, a tal ponto que se verifica nesta região, o fenômeno da conurbação, ou seja, ruas e avenidas que separam os municípios de Santa Bárbara d´Oeste e Americana.
No final de século XX, o Município passou por uma fase de grande progresso em suas mais diferentes atividades. Instalação de novos estabelecimentos comerciais como shopping center, redes de supermercados e de fast-food; vasta gama de prestadores de serviços e novas indústrias garantiram à cidade um caminhar firme em sua crescente rota de desenvolvimento.
Economia - A existência de centros produtores de açúcar e aguardente durante fins do século XVIII e na primeira metade do século XIX na região que compreende as cidades de Mogi Guaçu, Jundiaí, Porto Feliz, Campinas e Piracicaba fazia com que a área estivesse entre as mais importantes da província paulista. O açúcar era o principal produto e os fazendeiros estimulados pelos lucros proporcionados pela venda e exportação aumentavam suas propriedades, construíam engenhos, transformavam as terras em grandes canaviais modificando pouco a pouco a paisagem da região.
Quando as áreas destinadas para o cultivo da cana esgotavam, novas sesmarias eram demarcadas havendo assim cada vez mais um avanço para o interior do Estado de São Paulo. Santa Bárbara d'Oeste surge nesse período fazendo limites com grandes produtores de cana: Piracicaba e Campinas. A origem da cidade está associada a uma estrada de rodagem que fora aberta em 1810 para escoamento da produção açucareira de duas Vilas: São Carlos (Campinas) e Constituição (Piracicaba). Ao redor da estrada sesmarias foram demarcadas e novas terras foram destinadas ao cultivo da cana.
Após a crise que afetou o setor na década de 60, algumas Usinas começaram a deixar a região, processo que não foi interrompido nem mesmo pela liberdade de comercialização conquistada nos anos 80, que o avanço tecnológico e as questões ambientais da década de 90, intensificaram. Dessa forma, algumas das Usinas de Santa Bárbara são afetadas e deixam de funcionar: a Usina Azanha em 1974, Cillos 1978, Usina Santa Bárbara 1995.
População - Em 1818, as igrejas atestavam os nascimentos e óbitos servindo como registros de validade civil aos primeiros moradores que começaram a se fixar nos arredores da capela. O desenvolvimento fez com que aos poucos a povoação fosse progredindo sendo elevada à categoria de Capela Curada em 1828, pertencendo administrativamente a Constituição (Piracicaba), e em 18 de fevereiro de 1842, a categoria de Freguesia ainda pertencente ao município de Constituição. A vinda de imigrantes americanos, a partir de 1866, aumentou consideravelmente o número de habitantes, dando grande impulso ao desenvolvimento econômico e social a região.
A crise que as usinas enfrentaram e posteriormente o fechamento refletiram num aumento da população urbana. Através de dados estatísticos observa-se que os moradores até anos 50, em sua grande maioria, concentravam-se e trabalhavam na zona rural, pois não havia na cidade grandes indústrias.
Ano População
Urbana Rural Suburbana Total
1918 2.000 7.000 - 9.000
1924 2.000 8.500 - 10.500
1930 2.800 8.622 630 12.052
1950 6.073 9.551 - 15.624
1960 13.571 9.054 - 22.625
1970 22.360 8.658 - 31.018
1977 - - - 60.000
1980 71.870 4.759 - 76.629
1997 - - - 164.998
2000 167.574 2.161 - 169.735
Em meados dos anos 1960, surgiram muitos loteamentos em terras das usinas e dos fornecedores (antes cobertas por canaviais), necessários pela vinda dos moradores do campo. Nos anos 1970, a chegada de migrantes de outras regiões do país, principalmente sul de São Paulo e Paraná em busca de emprego na indústria têxtil da vizinha cidade de Americana também acelerou o crescimento urbano.Nessa época, são registrados nos cartórios da cidade novos loteamentos, principalmente no sentido leste. Segundo as estimativas do IBGE de 1970 a 1977, a população total do município praticamente dobrou passando de 31.200 mil habitantes para 60.000 mil. Hoje, são 188.417 habitantes, segundo dados da Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas, publicado no Diário Oficial da União, em 28 de agosto de 2008.
Fonte: Pesquisa Centro de Memória