A cidade nasceu simplesmente como "Santa Bárbara", como quis que fosse sua fundadora, Dona Margarida da Graça Martins.
No cabeçalho de um jornal denominado "Cidade de Santa Bárbara" trazia em forma de registro e identificação, que era de Santa Bárbara (Estado de São Paulo), para diferenciar de outras cidades do Brasil com o mesmo nome (edição de número 910 do citado jornal, data de 14/11/1943).
Foi nesta época (primeira metade da década de 40) que houve um movimento que culminou com a denominação oficial e definitiva da cidade fundada por Dona Margarida.
O Governo Federal bem que tentou mudar o nome de Santa Bárbara para Canatiba no final do ano 1943. Canatiba, palavra que na língua tupi significa cana em abundância, sendo uma referência a cultura que sempre predominou na região da cidade.
O jornal "Cidade de Santa Bárbara" trouxe a seguinte manchete na época: "Canatiba é a nova denominação de Santa Bárbara", de acordo com a Resolução de número 1.979, de 12/11/1943, que deve entrar em vigor em 1º de janeiro de 1944, conforme Decreto da Inventoria Federal. Os "barbarenses" que haviam nascido em Santa Bárbara até então, como constava em seus registros civis, seriam conhecidos, doravante, como "canatibanos"!
Aquela medida do Governo Federal revoltou os barbarenses, principalmente os mais religiosos.
A cidade chegou ainda ser identificada bem antes por "Santa Bárbara dos Toledos", denominação embora nunca oficializada. O bispo diocesano da época, em seus documentos, sempre se referia à cidade com tal denominação, Santa Bárbara, mas acrescentando "Toledos" para diferenciação.
O vigário da Igreja Matriz de Santa Bárbara, Monsenhor Henrique Nicopelli, começou a mobilização popular, durante as missas que celebrava, para um movimento oficial contra a mudança do nome da cidade para Canatiba. A intenção era manter a vontade da fundadora Dona Margarida da Graça Martins.
E o jornal "Cidade de Santa Bárbara", que também teria que mudar de nome, entrou decidido na mesma luta. Em seu comentário sobre a decisão tomada pelo Governo, o jornal grifava: "Infelizmente, a decisão é irrevogável, mas o nome é simplesmente para decepcionar!" Diante da triste decisão que tomara o Governo (o Estado Novo) àquela época - triste para os barbarenses - o movimento na cidade ganhava corpo e força. Em 28/11/1943, em sua edição de número 912, o jornal "Cidade de Santa Bárbara" lançou pra valer a campanha pró-denominação de "Santa Bárbara Paulista", sugestão dos irmãos Azael Rocha (Diretor do citado jornal) e Azor Rocha (Redator do mesmo jornal).
Formou-se na cidade, em seguida, uma Comissão Especial para defender a não mudança do nome para Canatiba e apenas que se acrescentasse "Paulista" a Santa Bárbara. A referida comissão, integrada por Dr. Carlos Steagall, jornalista Azor Rocha, Alfredo Maluf e Ângelo Sans - eles que tiveram a companhia do Prefeito Municipal Plácido Ribeiro Ferreira -, seguiu para a capital, no dia 27 de novembro de 1943, representando o povo barbarense para uma audiência com o Interventor Federal Fernando Costa.
A "Comissão Especial" levou ao Interventor um memorial contendo cerca de duas mil assinaturas de barbarenses solicitando a não mudança do nome da cidade, embora com a concordância em se acrescentar o "Paulista" a Santa Bárbara, como forma de diferenciação de outras cidades com o nome da Santa Bárbara, como se verificava em alguns Estados do Brasil, como os de Minas Gerais, Bahia, Goiás, Pará, Rio Grande do Sul e até mesmo no de São Paulo, com a existência de Santa Bárbara do Rio Pardo (atual Águas de Santa Bárbara).
Na seqüência da luta popular dos barbarenses, que não queriam ser "canatibanos", no dia 29 de novembro de 1943 o Prefeito Municipal Plácido Ribeiro Ferreira esteve no Departamento das Municipalidades, portando o importante e decisivo memorial com as assinaturas, documento que foi encaminhado para o Rio de Janeiro, cidade que era a capital federal do Brasil. O referido documento chegou até o Instituto Histórico e Geográfico.
O jornal "Cidade de Santa Bárbara" acompanhava bem de perto toda a luta dos barbarenses e contava com o apoio forte de Manoel Teixeira (Coletor Estadual), Dr. Carlos Steagall (Presidente da Casa da Lavoura), Professor José Domingues Rodrigues (Adjunto da Escola José Gabriel de Oliveira) e Prudente MacKnight (Agricultor), pessoas de grande influência na cidade. Na edição de número 916 do jornal "Cidade de Santa Bárbara", de 26 de dezembro de 1943, veio a seguinte manchete: Vitoriosa a campanha promovida pela "Cidade". O pedido popular foi atendido e o nome será Santa Bárbara Paulista e não mais Canatiba, como trouxe a recente Resolução do Governo, ainda não tendo entrado em vigor.
A notícia foi como que um presente (atrasado por um dia) de Natal para todos os barbarenses! Adentrando-se pelo ano de 1944, os moradores de Santa Bárbara, aliviados sentimentalmente pela vitória em sua luta encetada, viviam a expectativa pela oficialização do nome da cidade, uma vez que a entrada em vigor da Resolução Governamental havia sido prorrogada por alguns meses, o que antes deveria ser a partir de 1º de janeiro. E na edição de número 929 do jornal "Cidade de Santa Bárbara", de 26 de março de 1944, enfim a manchete que estampava a oficialização de tudo: "Santa Bárbara d'Oeste".
Eram três as sugestões finais nas mãos do Instituto Histórico e Geográfico de São Paulo e Rio de Janeiro, órgão do Governo Federal responsável pela matéria em questão: Santa Bárbara Paulista (a do povo barbarense), Santa Bárbara d'Oeste e Santa Bárbara de Piracicaba. O nome escolhido, em definitivo, foi Santa Bárbara d'Oeste a partir do final de março de 1944.
Assim, quem havia nascido em Santa Bárbara continuou sendo um barbarense para sempre. O "d'Oeste" acrescentado ao nome da Santa Bárbara nada mudou para os barbarenses de nascimento.
Foi na data de 21 de março de 1944 que o Diário Oficial do Estado de São Paulo publicou o projeto aprovado pelo Conselho Administrativo de São Paulo, o qual seria assinado em seguida pelo então Presidente da República Federativa do Brasil, Getúlio Vargas, trazendo a denominação de Santa Bárbara d'Oeste.
Embora com suas terras situadas num município da região leste do Estado de São Paulo, Santa Bárbara teve o "d'Oeste" acrescentado em sua denominação definitiva por estar, geograficamente no mapa do Brasil e do Estado paulista, no rumo oeste, partindo-se tanto da então capital federal, a cidade do Rio de Janeiro, como da capital paulista, a cidade de São Paulo.
Hoje, Santa Bárbara d'Oeste, denominação que acabou sendo festejada na cidade àquela época da mudança, há 62 anos, continua homenageando a sua santa padroeira, Santa Bárbara, a santa da devoção de sua fundadora, Dona Margarida.
Fonte: Pesquisa Centro de Memória