No trânsito, nos bailes, nos clubes, e até nas ruas, o uso do álcool causa problemas graves.
O Carnaval está chegado e com ele chegam os abusos do álcool. As conseqüências são as mais graves possíveis. No trânsito, nos bailes, nos clubes, e até nas ruas, o uso do álcool causa problemas graves, como acidentes e brigas que elevam o número de ocorrências policiais, hospitalização, aumento das vítimas e do número de crime com vítimas. Tem também a ressaca, outra desagradável conseqüência daqueles mais exagerados.
Para quem pretende beber um pouco e não tem doenças que contra-indiquem o uso de bebida alcoólica, algumas precauções devem ser observadas. Segundo o Secretário Municipal de Saúde, Dr. Carlos Alberto Cavalcante, aquelas pessoas que têm problemas no estômago ou no fígado devem redobrar os cuidados durante o Carnaval. "Bebidas alcoólicas não combinam com doenças no fígado, gastrites e úlceras. A velha técnica de ingerir gordura para combater os efeitos do álcool piora ainda mais a situação", disse.
Segundo o Secretário, outra atenção que deve ser tomada é na hora de escolher o que beber. "Muitos não se importam e são capazes de beber qualquer coisa. Mas algumas bebidas têm índices de teor alcoólico maior do que outras. A mais perigosa é a vodka, que possui cerca de 45% de álcool por litro de água. Já o uísque não fica longe. São 43% de álcool." A cerveja, que é a bebida preferida nacionalmente, tem 5% de álcool por litro de água. O problema maior da cerveja é que a quantidade ingerida é infinitamente superior a de uma vodka ou de um uísque, o que iguala ou piora a situação. Além disso, não deve se misturar bebidas alcoólicas com drogas ou remédios.
Caminhos do álcool
Dr. Cavalcante informa que quem pretende beber neste Carnaval deve observar a hora de parar. O descontrole pode levar o indivíduo a um coma alcoólico. Esta é a fase de intoxicação provocada pelos excessos de bebida. "No início, quando a quantidade ingerida ainda é pequena, a pessoa fica eufórica e falante. Conforme os níveis alcoólicos no sangue aumentam, há perda de controle, liberação da agressividade, a fala fica enrolada e a visão dupla. Se a ingestão de álcool for rápida e a concentração no sangue se elevar muito, instala-se uma fase de anestesia, sonolência e perda da consciência (coma)."
Ao beber, a moderação é a primordial, deve-se beber lentamente. Antes de começar, alimentar-se adequadamente ajuda a evitar a gastrite alcoólica. O ideal é não misturar vários tipos de bebidas alcoólicas, principalmente aquelas que têm um alto teor de álcool como vodka e uísque, e sempre se manter hidratado com ingestão de líquidos.
"As náuseas e os vômitos também são comuns após os exageros com o álcool. Em caso de constatação de coma é necessário que o pulso da vítima seja verificado e ela seja colocada deitada de lado, para que, caso ela vomite, não haja aspiração para os pulmões, o que provocaria asfixia", orientou. Ainda de acordo com ele, para a prevenção de seqüelas é preciso levar a pessoa imediatamente para um pronto-socorro ou hospital, onde terá um atendimento adequado.
Ressaca
A ressaca é uma temida conseqüência dos excessos do álcool. O melhor a se fazer é repousar. "Ingerir bastante líquido, de preferência água ou chás de erva cidreira ou doce. Também se deve fazer uma reposição moderada de açúcar com frutas como melão e melancia. A alimentação deve ser leve como vitaminas de frutas. Um caldo de galinha, sem gordura, ajuda a alimentar sem agredir o estômago", instruiu. Analgésicos como as aspirinas devem ser evitadas porque podem piorar a gastrite alcoólica.