A Secretaria de Saúde de Santa Bárbara d'Oeste mantêm um grupo de apoio às adolescentes grávidas
A Secretaria de Saúde de Santa Bárbara d'Oeste mantêm um grupo de apoio às adolescentes grávidas. O serviço está inserido no Programa de Saúde Sexual da Mulher e é realizado semanalmente no Centro de Saúde "Jeber Juabre", na Vila Linópolis (às terças-feiras, às 7h30), e também na Unidade Básica de Saúde do bairro Cidade Nova (às quintas-feiras, às 10 horas). "Nas reuniões as adolescentes recebem orientações diversas sobre a gestação, além de apoio emocional e esclarecimento de dúvidas. Os encontros são realizados sempre antes das consultas do pré-natal", disse a psicóloga Sandra Furlan, coordenadora do grupo.
Dentro do grupo são abordados vários aspectos da nova situação das adolescentes: projeto de vida, situação emocional, dificuldades em geral. Além das orientações sobre o aleitamento e outros temas, a jovem grávida, tem a oportunidade de aprender exercícios de relaxamento e alongamento, visando melhorar a condição da gestação. A média de participantes em cada reunião é de 10 a 15 adolescentes, com até 19 anos de idade.
Segundo a psicóloga, a maioria alega que a gravidez não era desejada, mas pretendem se casar ou pelo menos viver junto. "O casamento nem sempre acontece devido a falta de trabalho delas e do parceiro, por isso continuam namorado e vivendo na casa dos pais", contou a coordenadora. A justificativa dada por grande parte das jovens, diante da gravidez indesejada, é o uso incorreto ou esporádico ("só usava de vez em quando"), do preservativo ou mesmo da pílula anticoncepcional. "Outras dizem que desconheciam que era tão fácil engravidar", relatou Sandra. Ela citou que foi detectado no grupo alguns casos de contaminação por DSTs (Doenças Sexualmente Transmissíveis), que são devidamente encaminhadas para o tratamento indicado.
Nova realidade
De acordo com informações da Secretaria de Saúde, muitas meninas abandonam os estudos por vergonha ou devido a problemas na gestação. "Num primeiro momento a família fica chocada e não aceita a situação, mas depois acaba assimilando e passa a apoiar a adolescente, o que é muito significativo para elas", destacou a coordenadora. O apoio moral, psicológico e o acolhimento, é o que as precoces, e futuras mães, mais buscam revelou a coordenadora, com base nos depoimentos das garotas. Ela ainda narrou que às vezes a própria adolescente não se aceita, pois têm muitas perdas, como não poder mais sair com as colegas, além das novas responsabilidades.
No grupo de apoio tem caso de grávidas muito jovens: apenas 12 anos de idade e até adolescentes que já estão na segunda ou terceira gravidez. Todas as grávidas que fazem o pré-natal na rede de saúde municipal, em qualquer uma das UBSs (Unidades Básicas de Saúde), são encaminhadas ao grupo de apoio. As que possuem Convênio de Saúde Particular, também podem participar dos grupos. Basta procurar o Centro de Saúde ou a UBS da Cidade Nova. O programa é realizado no município desde 1997 e no Centro de Saúde também há uma médica que orienta as adolescentes que não estão grávidas.