Município vai investir R$ 11,5 milhões em 2025; cardápios priorizam "comida de verdade"
Conhecida tradicionalmente como merenda escolar, a alimentação oferecida a crianças, jovens, adultos e idosos da Rede Municipal de Ensino de Santa Bárbara d’Oeste é um dos momentos mais esperados pelos estudantes. Planejada com dedicação e cuidado pelas nutricionistas e preparada com zelo pelas cozinheiras, a alimentação escolar contribui para a saúde, descoberta de sabores, educação nutricional e mantém os alunos com energia para as próximas atividades.
Até o fim deste ano, serão investidos aproximadamente R$ 11,5 milhões em alimentos, priorizando a “comida de verdade”, com frutas servidas no mínimo quatro dias por semana, hortaliças e legumes – 30% provenientes de cooperativas da agricultura familiar –, suco 100% integral (sem adição de açúcar ou água), mínimo de alimentos processados e ausência total de açúcar para as crianças das creches (0 a 3 anos).
O cardápio da alimentação é elaborado pelas nutricionistas do Setor de Alimentação Escolar da Secretaria de Educação.“Elaboramos o cardápio de acordo com as resoluções e sempre pensando em um futuro melhor para as crianças. Tudo é passado para as cozinheiras, que fazem o posicionamento de acordo com a idade, ajustando a forma de servir para as que não têm dentinhos, por exemplo. Sempre acompanhamos o desenvolvimento delas, com alimentos balanceados e saudáveis”, disse a nutricionista Juliene Francischini Pereira do Carmo.
As nutricionistas também elaboram cardápios específicos para alunos com restrições e atendem pais e responsáveis para esclarecimento de dúvidas e acompanhamento da alimentação durante o período escolar.
No refeitório, as educadoras auxiliam as crianças de maneira lúdica e carinhosa, estimulando a boa alimentação. Na Emei “Vera Lúcia”, assim como em outras unidades, os bebês em introdução alimentar recebem comida com preparo mais pastoso, sempre com muita interação. As crianças maiores são estimuladas a usar seus talheres e experimentar tudo o que é servido. Estratégias como a “brincadeira da beterraba”, por exemplo, despertam curiosidade ao mostrar que ela pode deixar o “xixi rosa”. Assim, o espaço de alimentação torna-se um ambiente de alegria, acolhimento e educação nutricional, criando bons hábitos e memórias afetivas.
Na cozinha, as cozinheiras seguem os cardápios, procedimentos e normas para preparar lanches e almoços – sempre com muito carinho e alegria. “Falta um ano para eu completar 40 anos na Rede Municipal. Eu amo cozinhar para essas crianças, tanto é que já estou aposentada e estou aqui. Faço tudo com carinho. As crianças amam, comem até!”, disse Maria Aparecida da Costa Silva, cozinheira da Emei “Vera Lúcia”.
Outro cuidado essencial é guardar uma amostra do que é servido por 72 horas no congelador, para que, caso haja necessidade de investigação de contaminação, exista material para análise. As cozinheiras também organizam os recebimentos e a dispensa, com identificação adequada da validade dos alimentos.
A atuação do Conselho de Alimentação Escolar também é fundamental para a merenda dos mais de 16 mil alunos da Rede Municipal. Os conselheiros realizam visitas semestrais às unidades escolares, acompanham a aquisição dos gêneros, a qualidade oferecida aos alunos, as condições higiênico-sanitárias de armazenamento, preparo e serviço, além da distribuição, consumo, execução financeira e prestação de contas. A atuação conjunta proporciona apontamentos, sugestões e soluções para o melhor atendimento aos estudantes. A manutenção do conselho é essencial para garantir a verba federal destinada à alimentação escolar.
O projeto Horta Escolar, presente em diversas unidades, possibilita maior consciência dos alunos sobre alimentos saudáveis, estimulando novos hábitos. Os espaços permitem o cultivo em atividades que envolvem os estudantes, que plantam, colhem, aprendem receitas e se alimentam, incorporando mais saúde e interesse pelos nutrientes que eles mesmos cultivaram. Além disso, tornam-se multiplicadores de hábitos saudáveis e sustentáveis.
O investimento na Alimentação Escolar da Rede Municipal de Ensino é composto por recursos próprios da Prefeitura – não incluídos nos 25% do orçamento constitucional da Educação – e verba federal. Neste ano, estima-se o investimento total de R$ 11,5 milhões, sendo R$ 6,5 milhões do Governo Federal e R$ 4,5 milhões da Prefeitura de Santa Bárbara d’Oeste.









