A fundação de Santa Bárbara d’Oeste remonta ao início do século XIX, com a abertura de uma estrada entre Campinas e Piracicaba. A partir daí, sesmarias começaram a ser vendidas, o que atraiu para a região Dona Margarida da Graça Martins, a fundadora da cidade. O município cresceu e se desenvolveu especialmente em função da agricultura, mas a partir da década de 1970 começou a deixar para trás a tradição agrícola. Parques industriais foram implantados, criaram-se distritos especialmente para essa finalidade e o desenvolvimento acentuou-se na indústria e comércio. Com uma população que se aproxima de 200 mil habitantes, Santa Bárbara d’Oeste, definitivamente, ocupa seu espaço e assume o papel como uma das cidades médias que mais se destacam no Estado de São Paulo. A busca do crescimento sustentável, a preservação da história e a manutenção da qualidade de vida não são apenas objetivos, mas síntese de uma realidade na qual estão inseridos seus cidadãos.
Dona Margarida da Graça Martins, viúva do sargento-mor Francisco de Paula Martins, comprou uma sesmaria de duas léguas quadradas, delimitada a norte com o rio Piracicaba e a nordeste com o ribeirão Quilombo. Na época, começavam a ser demarcadas sesmarias para a venda, aproveitando a abertura de uma estrada ligando a Vila de São Carlos de Campinas (atual Campinas) à Freguesia de Santo Antônio de Piracicaba.
A estrada permitiu conhecer uma região fartamente banhada por cursos de água, com terras do tipo massapé, próprias para plantação de cana-de-açúcar e cereais. O interesse aumentou e, entre as pessoas que vieram para a região, estavam a fundadora e sua família. Dona Margarida, junto com seus filhos, parentes e agregados, mudou para suas terras em 1817, formando uma fazenda de engenho de açúcar, doando terras para construção de uma capela sob a invocação de Santa Bárbara. Como a capela foi erguida em 1818, a data de fundação é considerada 4 de dezembro daquele ano.
A região foi sendo povoada e novos lavradores chegaram. As sesmarias acabaram divididas em sítios e fazendas, dedicando-se à cultura de cana e cereais. Os moradores urbanos limitavam-se às profissões liberais, trabalhando como comerciantes, ferreiros, carpinteiros, latoeiros e curadores homeopatas.
A capela foi elevada à categoria de “curada” em 16 de abril de 1839 e nomeado um cura para dar assistência aos fiéis. O progresso acentuou-se ainda mais com novos engenhos de açúcar, mais lavouras de cereais e fumo, mais comércio e mais tropas cargueiras surgiram.
A região começou a receber imigrantes norte-americanos a partir de 1867. Eram sulistas sobreviventes da Guerra da Secessão, um violento confronto que dividiu os Estados Unidos e deixou centenas de milhares de mortos. Esses imigrantes trouxeram novos métodos agrícolas, contribuindo muito para o progresso da agricultura.
Vieram ainda colonos de origem européia, principalmente italianos, que também passaram a trabalhar na agricultura. Aos poucos, o povoado foi crescendo com a abertura de oficinas, fabricação de implementos agrícolas e desenvolvimento de outras atividades artesanais.
O grande impulso da indústria açucareira surgiu a partir de 1877, quando o major João Frederico Rehder comprou, de Prudente de Moraes, a Fazenda São Pedro, iniciando o cultivo da cana em larga escala. Em 1883, montou o primeiro grande engenho do município. Seis anos depois, em 1889, inaugurou a destilaria de álcool. Esse processo culminou com a escolha da Fazenda São Pedro para instalação da usina açucareira, inaugurada em 25 de julho de 1914 (posteriormente, Cia. Industrial e Agrícola Santa Bárbara – Usina Santa Bárbara). Na seqüência, foram surgindo outras grandes usinas, como Furlan, Cillos e Galvão. Apenas a primeira continua em atividade.
Novas indústrias surgiram com o passar dos anos, produzindo tecidos, implementos agrícolas e tornos mecânicos. Em 1956 começou a produção do primeiro automóvel brasileiro: o “Romi-Isetta”. Com o desenvolvimento da indústria (máquinas operatrizes computadorizadas, injetoras de plásticos, fiação e tecelagens, usinas de açúcar e álcool) foi acelerado o crescimento urbano. Essa expansão ocorreu de tal forma que, atualmente, Santa Bárbara d’Oeste e Americana formam apenas um núcleo urbano em vários bairros, com as cidades sendo separadas apenas por ruas.